A professora Mariúcha Corrêa volta a integrar o time de autores da Bienal do Livro do Rio de Janeiro, um dos mais importantes eventos literários do país, que acontece neste fim de semana. A educadora lançará a antologia “Se Tens um Dói, Seja”, com curadoria do poeta Bruno Black e publicação da Editora Conejo.
A obra conta com colaborações especiais das cantoras e compositoras Zélia Duncan e Sandra de Sá, responsáveis pelo prefácio e posfácio, respectivamente, além de reunir escritores de várias partes do Brasil. Para Mariúcha, trazer sua voz novamente para um palco tão relevante da literatura brasileira é motivo de emoção e reconhecimento. “É gratificante poder mostrar mais uma vez meu trabalho ao público e ter minhas palavras lidas por pessoas de diferentes lugares. Esse é o verdadeiro objetivo de quem escreve: ser lido, ser sentido”, afirma.
A trajetória literária da docente tem ganhado novos contornos importantes. No próximo mês, Mariúcha será homenageada com o prêmio Melhores do Biênio, na categoria Poetisa, concedido pelo Congresso Internacional de Cultura Latina. A cerimônia acontecerá em Santa Maria Madalena, cidade onde a escritora lançou sua primeira obra, há dez anos. “Voltar à Madalena, agora para receber esse reconhecimento, tem um forte valor simbólico para mim. É como um ciclo que se completa”, celebra.
Outro marco relevante foi sua posse como associada da Academia Macaense de Letras (AML), entidade fundada em 1963 e reativada este ano. Mariúcha integra a comissão responsável pela retomada das atividades da academia e, junto a outros 35 novos associados, recebeu o título de “imortal” durante solenidade no auditório do Colégio Luiz Reid. “Esse movimento é também uma forma de homenagear grandes nomes da nossa literatura local, como Tonito Parada, e fortalecer a cultura em Macaé”, explica.
O reconhecimento da escritora fora da sala de aula tem reverberado de forma especial no ambiente escolar. Professora de Redação e Literatura para turmas do Ensino Fundamental, Mariúcha percebe na convivência com os alunos o impacto real de sua trajetória. “Ser reconhecida como autora e poder compartilhar isso com meus alunos é um privilégio. Eles se inspiram, perguntam, escrevem mais. E eu levo comigo, a cada evento, o nome da instituição que me acolheu, acreditou em mim e acompanha minha caminhada.”
Mariúcha Corrêa iniciou sua relação com o Colégio Castelo como autora convidada, pela coordenadora pedagógica Patrícia Certório, antes mesmo de se tornar funcionária e mãe de aluna. “Meu sonho era estudar aqui, não consegui, mas realizei esse desejo ao matricular minha filha. Depois veio o convite para lecionar. Hoje, poder contribuir como educadora salesiana e escritora é uma forma de retribuir tudo o que vivi e vivo nesse ambiente de acolhimento e crescimento mútuo”, conta, emocionada.
Além do trabalho na escola, Mariúcha integra o coletivo literário Coro das Cigarras, possui obras publicadas por editoras como Selo OFF FLIP, Conejo, Oito e Meio, Outra Margem e África e Africanidades, além de produções independentes e em antologias. Ela também ocupa a cadeira da Literatura no Conselho Municipal de Cultura de Macaé. “Ser macaense, salesiana, escritora e professora do Castelo me dá orgulho. Levo isso comigo aonde for. E cada passo que dou, é também um passo dado com minha escola, minha cidade e minha história”, finaliza.
Texto e foto: Alysson Nogueira
Assessoria de Comunicação Salesiana